quarta-feira, 27 de março de 2013

HOJE É DIA MUNDIAL DO TEATRO!


O Teatro é muito importante para nós, em Minde, por isso, não posso deixar passar este dia sem dar os parabens a todos os que dedicaram e dedicam tanto esforço ao teatro na nossa terra.
Lembro-me muitas vezes do que a minha avó conta acerca dos primeiros espectáculos de teatro que se apresentaram em Minde.
Eram espetáculos encenados pelo Sr. Mota Veiga e apresentados na velha Fábrica de Malhas Mindense. Dessa altura a minha avó fala principalmente de duas peças, "As Duas Órfãs" e "A Vida de Cristo". Diz ela que nunca em Minde se fez nada tão bonito como aquelas peças. Acredito, foram as primeiras que viu e o impacto deve ter sido tão grade nela, que nunca mais nada se lhe comparou.
Depois contaram-me mais coisas acerca dessas peças e da maneira como foram encenadas.
Vinha gente de muito longe para as ver, vinha gente a pé da Serra de Santo António...
Os adereços e mecânicas de cena eram o que se podia arranjar. Uma das cenas tinha uma trovoada, cujo barulho era feito om uma folha de zinco a ser agitada. As pessoas que vinham da Serra ficaram cheias de medo e a pensar como voltariam para casa, com tamanha tempestade.
Alguns actores não sabiam ler, por isso tinham que aprender os papeis por lhos ouvirem repetir. Os que sabiam ler tinham que copiar os seus textos à mão, não havia cá fotcopiadoras. Mas isso também eu ainda cheguei a fazer, quando entrava em espectáculos no Colégio do Sagrado Coração de Maria. Toda a gente escrevia o seu papel à mão, com a freita que ensaiava a ditar. Mas para poupar trabalho, cada um só escrevia as suas falas e a ultima deixa. Ou seja, só havia um exemplar do texto completo.
Mas voltando aos espectáculos de Minde, n' "A Vida de Cristo", o irmão do Cristo estava a assitir ao espectáculo e, na altura da cruxificação, a cena era de tal forma real, que se levantou da plateia em aflição e gritou "Não façam isso ao meu irmão!"
Última palavra para o nosso queridíssimo mestre Sr. Rogério Venâncio, pelas mão de quem todos nós começamos (assim como os pais de muitos de nós e, nalguns casos, até os avós...), que do alto dos seus 93 anos, ainda vem assistir a ensaios e faz questão de dar a sua opinião, que nós muito prezamos.

1 comentário:

Calos disse...

Sim, gostamos mesmo disto, mas sobretudo da forma deliciosamente amadora como continuamos a fazer estas coisas.