quarta-feira, 6 de março de 2013

A PRIMAVERA ESTÁ QUASE AÍ (AINDA QUE NÃO PAREÇA NADA...)

Chuva sem fim... O tempo tem estado... a modo húmido, vá.
Mas a Prima Vera vem a caminho, já lhe estou a preparar o quartinho de hospedes.
É uma coisa que me espanta todos os anos, a regularidade da natuureza. Está frio, chove, mas as árvores sabem que está na hora. Começam a cobrir-se de flores, de folhinhas novas, muito tenrinhas e quase sem cor. As árvores nesta altura lembram o queixo de um adolescente, com três pelinhos mal semeados, no sítio onde florescerá uma frondosa barba.
Adoro a meneira inexoravel como a natureza encara o tempo. Pura e simplesmente está-se a borrifar para o que se passa à volta, faz o que tem de fazer. Crescem flores e frutos nas alturas certas, caem as folhas quando é tempo, com a maior indiferença a tudo o que se passa à volta, a quem nasce e morre, ao que se constroi ou distroi ao seu lado.
Custa-me não apanhar a azeitona em Outubro. Custa-me ver que a natureza cumpriu o seu papel, floresceu, frutificou, exibe os frutos pronto para colher. Custa-me ver a árvore a cumprir o seu papel e saber que nós não cumprimos o nosso. Parece-me um desperdicio de energia por parte da natureza, sito-me em falta para com a árvore, ela faz o que lhe compete e eu não.
Gostava que as pessoas fossem regulares, como as árvores. Todos a saber o seu papel e a cumpri-lo à risca, o melhor possivel.
 Mas isto sou eu, que hoje vi uma árvore a começar a ficar cabeluda e me puxou a veia romântica...

1 comentário:

Calos disse...

Boa metáfora amiga...