quinta-feira, 29 de setembro de 2011

RESET

Como diz a Adelaide, o meu personagem na nossa nova peça de teatro, a vida está contra mim:
ao meu telemóvel deu-lhe um fanico, o meu computador está sempre a bloquear e mais lento que um processo num tribunal português, o meu carro tem um problema na suspensão. Realmente…preciso mesmo de um RESET.
Ou de um REBOOT.
Ou de um RESTART.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

STRESS INFANTIL

Hoje o dia do meumainovo vai ser assim:
Escola das 8,30 às 13,30, almoço na escola, reunião às 14,30 na escola da equipa de futsal, aula de instrumento no CAORG às 17,30, até às 18,15, vir para casa equipar-se, treino de futebol das 19 às 20,30, vir para casa, tomar banho, jantar, percussão na banda das 21 às 22. E pelo meio ainda tem de fazer os trabalhos da escola para amanhã.
Bolas, 10 anos são muito pouca idade para tanto stress...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O negócio do dia

Gosto de objectos especiais que tenham uma história para contar. Malas de viagem antigas, móveis, cacifos, arquivos, cadeiras, cestos, serviços de chá, livros. Não propriamente antiguidades. Aliás, não é mesmo de antiguidades que eu gosto, mas sim de peças com personalidade, com uma função, com um passado. E sempre que entro num sítio onde me parece possível habitarem destes objectos, os meus olhos assemelham-se a duas sondas, perspicazes e atentas na busca.
Sou cliente habitual de um armazém pré-histórico de tecidos no centro de Torres Novas, daqueles armazéns onde trabalharam outrora 60 pessoas (informações do proprietário) e agora só resta o Sr. Fernando, fiel de armazém, com 62 anos e que lá trabalha desde que terminou a 3 classe. Este armazém é uma verdadeira fonte destes objectos a que me refiro. Há uns meses, numa destas minhas visitas ofereci 5€ por 2 malas antigas dos viajantes que lá descobri entre duas prateleiras. Vim logo de lá de malas aviadas e Olá! se não metem um vistão aqui na minha sala, ou para sentar em cima Princesas das Letras, por exemplo. E nessa mesma visita ainda larguei: “Se algum dia pensarem em vender estas bancadas enormes de madeira…apitem.”
E não é que apitaram mesmo?!
O armazém vai mudar de instalações porque aquelas vão ser alugadas a chineses :-(.
Andei a meter o nariz em todo o lado: escritórios, sótão, as catacumbas. Fiquei não com uma mas com várias bancadas pelo preço de uma gaveta e com outros objectos que, para a maioria das pessoas seriam lixo, mas que para mim fizeram o meu dia. É tão simples fazer algumas pessoas felizes…e eu prefiro este escadote a quantas malas há no mundo da Louis Vuitton.








segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Agradecimento oficial

Quero agradecer publicamente ao D. que, sempre atento, me chamou a tenção para um erro ortográfico aqui no post anterior. Brigadinhos miguinho...manda sempre!
Por vezes sou traida por esta minha quarta classe mal tirada.
Bad girl! Bad girl!

domingo, 25 de setembro de 2011

A fama parva do Tuga

A propósito desta coisa do buraco na Madeira, tenho dado comigo a matutar em nós portugueses enquanto povo e nas nossas mentalidades. Não é novidade a nossa fama (e proveito!) de “desenrasca”, de salve-se quem puder e de primeiro o meu bolso e depois a causa comum, mas acho sinceramente que está no hora de todos pormos a mão na consciência e começarmos a mudar e a formar cidadãos noutro sentido, principalmente a minha geração que tem filhos pequenos.
A fama do “Tuga” irrita-me profundamente porque, não sendo todos iguais, se tomarmos como bitola a nossa classe política, gestores de topo de grandes empresas, grandes profissionais liberais, enfim o motor da nossa sociedade, o exemplo que vem de cima não é, de todo, o melhor.
Este assunto remete-me para o aluguer da casa de férias onde estive este ano. Porquê? Eu explico:
Descobri na net (no site homelidays, para quem quiser saber) uma casa que correspondia exactamente ao que eu pretendia mas estranhei logo quando observei que nas apreciações de inquilinos anteriores só constavam estrangeiros: alemães, franceses, suecos e até italianos e espanhóis, mas portugueses…nada! Enviei um e-mail a manifestar o meu interesse na casa e não me responderam. Duas semanas passadas voltei à carga e desta vez a resposta deixou-me a pensar: “Embora a casa esteja livre no período que pretende, julgamos ser muita gente para a casa em questão”.
Esta resposta soou-me a desculpa esfarrapada pois a dita casa tinha 4 quartos e nós éramos 9 pessoas, crianças pequenas incluídas. Insisti e desta vez com um discurso que salientava o facto de sermos pessoas de bem, capazes de estimar a casa como se fosse nossa e que sabia o que era a preocupação de alugar uma casa de férias pois eu própria já tinha tido uma casa de férias que alugava. Após alguma troca de argumentos lá consegui que me alugassem a casa.
Quando conheci a casa percebi perfeitamente o receio da proprietária: uma belga a viver em Portugal há 15 anos. A casa era um lugar completamente mágico e com personalidade. Um género de uma quintarola com uma casa antiga e restaurada mas mantendo antigos os principais pormenores e repleta de objectos especiais como móveis antigos recuperados, recordações de viagens, livros de culinária em francês e até inúmeros livros de BD também em francês, com 20 anos ou mais, dos Estrumpes, do Corto Maltese, Marsupilami, Asterix, TimTim, etc…objectos que decerto têm grande valor para a dona da casa. Tive de ouvir e calar a alguns pedidos da mesma como sendo: “…à e tal…como deve calcular esta casa não tem inventário porque era impossível…” ou “…não levem as toalhas do WC para a praia…” e “…quando forem embora não levem a chave da casa convosco…” e ainda “…separem o lixo porque esta casa está classificada como turismo ecológico…”.
Claro que me apeteceu dizer: “Minha senhora, não tenho por hábito surripiar chaves de casas que não são minhas, nem o seu respectivo interior e quanto ao lixo, separá-lo já eu faço lá no Ninhou!”.
No fim das férias deixamos tudo impecável. Comuniquei à belga que tínhamos partido 2 copos (Oh! Tão séria que eu sou!) e ainda lhe deixei um ramo de flores com um bilhete a agradecer. Passados 2 dias tinha um e-mail da dita senhora a dizer que tinha sido a primeira vez que tinham alugado a casa a portugueses, que nunca tinha tido inquilinos tão cuidadosos na forma como utilizaram e deixaram a casa, e que esperava ter-nos lá outra vez para o ano. Fiquei contente. Este exemplo mostra como é possível mudar a nossa fama mas primeiro tem de haver um esforço individual de mudança, todos os dias, em pequenos gestos. Já não por nós mas pelos nossos filhos.
I believe we can!

sábado, 24 de setembro de 2011

ALERTA PAIS

Ontem fui surpreendida por um telefonema a meio da tarde de um sujeito que me disse: "A sua filha fez uns teste psicotécnicos na escola no ano lectivo passado. A senhora assinou um papel a autorizar. Amanhã deve comparecer na Escola Secundária do Entroncamento para ter uma reunião com a psicóloga e receber os resultados do teste, entre as tantas e as tantas horas" Como estava meio de um trabalho, limitei-me a apontar o horário num papel e não pensei mais nisso. Hoje de manhã encontrei a coordenadora da escola e perguntei-lhe o que era isso dos testes psicotécnicos e porque tínhamos que ir buscar o resultado ao Entroncamento. Porque não vinham os resultados para Minde, como tinha acontecido com os testes psicotécnicos que o meu filho, que andava no nono ano, fez, que tinha recebido os resultados antes do final do ano, em papel que veio para casa.
A Coordenadora mostrou-se surpreendida e disse que não sabia do que estava a falar. Mais tarde encontrou-me de novo e disse-me que realmente se lembrava de ter avisado alguns encarregados de educação acerca dos ditos testes, mas que não tinha conhecimento que os testes tivessem sido encomendados pela escola.
Achei a conversa muito estranha e tentei ligar para o número que me tinha contactado para saber mais informações, mas o número dava um sinal esquisito e não recebia a chamada.
Fiquei a pensar quem teria encomendado os ditos testes e quem os iria pagar. Estava-me a parecer que isto seria uma coisa parecida com o fotógrafo que vai todos os anos à escola: quem quer tira a fotografia e depois, naturalmente, paga-a.
De facto lembro-me de ter assinado um papel qualquer relacionado com uns testes, mas achei sempre que se tratava de algo encomendado pela escola.
Contactei outros pais que me disseram que tinham recebido a mesma chamada telefónica, marcando a reunião para hoje ou para amanhã, domingo.
Cheia de dúvidas na cabeça, lá fui ao Entroncamento esta tarde e qual não é o meu espanto quando percebo que se tratava de uma manobra publicitária para divulgar alguma coisa parecida com um centro de explicações, a funcionar no Entroncamento e com uma mensalidade de 90€.
Fiquei aparvalhada!
Isto é uma coisa do género das chamadas telefónicas a dizer: venha cá que ganhou um prémio e depois nos espetam uma seca a vender colchões ou timesharings.
Não consigo entender como é que a escola dá cobertura a uma coisa destas, sem deixar bem claro aos encarregados de educação que se trata de uma empresa privada que está a fazer isto, com o intuito de vender um serviço.
E os papalvos vão fazer 60 Kms até ao Entroncamento, a perder o seu tempo, a gastar a sua gasolina, a pensar que vão tratar do futuro profissional dos seus filhos, para irem, afinal, ouvir uma campanha publicitária, nas próprias instalações da Escola Secundária do Entroncamento, que estão a ser pagas com os imposto de todos nós!
Claro que o senhor me informou que nas costas do papel que veio para assinar vinha tudo explicado (em letras pequeninas, aposto). A culpa foi minha que não li o papel.
Já liguei a todas as pessoas que sabia que foram contactadas a avisá-las do que se tratava, espero que a notícia corra, para que mais ninguém vá enganado.
E mais uma coisa, é assustador saber que há uma empresa privada que está a ficar com o perfil psicológico de centenas ou milhares de crianças e lhes vai dar sabe Deus que destino. E os pais autorizaram!
Ah, os resultados do teste não ser entregues na escola... em Janeiro.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E POR FALAR EM PRENDAS...

Não cheguei a informar-vos das prendinhas lindas que recebi no sábado, dia em que fiz trinta e onze anos.
Cá vão: Aqui estão todas.


História da Vida Privada em Portugal, de José Mattoso, do JP e dos meus pais (fui eu que pedi, acho que só assim é que alguém se atrevia a dar uma prenda tão secante e tão densa a alguém. Eu sei, eu sei, sou uma pessoa muito estranha...)


Colar, pulseira, anel e cruz para ficar bonita, do mano e de amigos vários.


Lenço para o pescoço, pareo e toalha de linho bordada a ponto de grilhão (enorme!) de amigas queridas.


Flores lindas de mais amigas queridas.


Sou uma pessoa muito feliz, tenha a melhor família e os melhores amigos do mundo!





Obrigada a todos!!!

Faz hoje 7 anos...

...que fui mãe pela 2ª vez.
Isto é mesmo assim, quem tem filhos às paletes como eu arrisca-se a fazer "anos de mãe" várias vezes durante o ano.
Mas desta vez não me vou presentear. O meu apuradíssimo e requintadíssimo espírito consumista nunca atingiu valores tão baixos, e isto para uma mulher como eu, não sendo ultrajante, é quase uma crise de identidade.
Portanto...não digam nada a ninguém, se faz favor.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Crescer é uma seca

Tenho uma amiga que diz que crescer é uma seca. E ela tem razão.
De repente (e digo de repente porque ninguém nos avisa que a vida passa tão rápido assim e se amontoa em fotografias a uma velocidade alucinante) crescemos e somos adultos, essa palavra que tudo pressupõe e tudo implica. Passamos de filhos a pais, as brincadeiras são substituídas por empregos e de meros elementos passivos passamos a encenadores de uma grande peça sobre os quais recai toda a responsabilidade. Passar a ser adulto pressupõe sempre a utilização de um palavrão: problemas. Os adultos têm problemas e ponto final. E quando não os têm inventam-nos, mas sem problemas é que um adulto não passa.
O bom disto tudo é que a idade e o facto de sermos adultos confere-nos também a capacidade para os saber resolver.
Mas eu confesso: tenho saudades de ser criança e, se pudesse, trocava com a minha porquinha mais pequena que é aquela que ainda tem mais tempo de infância pela frente.
Aí os meus problemas passariam a ser de novo: a minha mãe deixou acabar o Nestum, como é que vou dizer à minha professora que não fiz os TPC de Matemática, não quero mais vestir aquela saia vermelha horrorosa que insistem em me vestir, dói-me imenso a ferida do joelho que fiz ao trepar aquela árvore enorme do recreio.
E o principal de todos (e este sim era um problema): O Vasco Granja ao Domingo demanhã. A este não sei mesmo como alguns de nós sobreviveram.

NOVO ESPETÁCULO DE TEATRO NA CALHA

Pois lá temos o nosso próximo espetáculo a começar a rolar.
Um texto leve, para oito actores, divertivo sem ser hilariante, mas com uma leitura engraçada para quem quiser ler nas entrelinhas.
Ontem foi o primeiro ensaio de leitura e distribuição provisória de papeis.
Para quem não sabe muito bem como é que se faz uma coisa destas, vou mantendo crónicas regulares acerca do avanço das operações, porque a montagem do espetáculo é muito mais do que os ensaios de actores.
Esperamos conseguir estrear no principio de Dezembro, por isso adivinha-se muito trabalho nos próximos dois meses.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O BALHINHO DA MADARA



O PM disse que não fará campanha eleitoral pelo PSD Madeira.
O PGR respondeu que também ninguém o tinha convidado...
Ah!, Ah! Ah!
Senhor PGR, escusa de me convidar que eu também não faço tenções de ir. Livra, ainda caía pelo buraco...

Olhe! Saxavor...mais uma vez...

...Sr. Elefante...desculpe incomodá-lo mas...seria possível aliviar-me um bocadinho hoje, das 21:30 às 23:00, mais ou menos? É que hoje vai ser o nosso primeiro ensaio da nova peça de teatro e não sou assim tão boa atriz que consiga interpretar a minha personagem Adelaide, louca, neurótica e tresloucada, com 2 toneladas estacionadas em cima do meu peito. Assim nem a Eunice Munõz.
São só duas horitas...vá lá...
Ou então, como aquelas duas horas me vão dar um prazer desmedido, talvez funcionem como uma bela sessão de psicanálise e façam com que eu consiga espantar o animal.

domingo, 18 de setembro de 2011

Olhe! Saxavor...

...ao Elefante que se sentou em cima do meu peito: importa-se de aliviar a pressão um bocadito? Não lhe pareça mal, mas é que não estou a conseguir respirar, o meu coração não bombeia o suficiente e o sangue não me irriga o cérebro convenientemente. E dói! Meu Deus como dói!
Tá a levantar e andar que eu não estou p'ra isto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NOITE DE POESIA

Tenho estado com uma ideia: gostei tanto daquele espectáculo na sexta feira 2 de Setembro no Cine-Teatro Rogério Venâncio. Espero que todos saibam de que é que estou a falar porque foi anunciado aqui no blog: um espectáculo de dança, da Maria Micaelo e de outra colega. A particularidade, além da novidade de estarem a dizer um poema em linguagem gestual (dos surdos, mesmo...) e de depois dançarem esse poema, é que o fizeram de forma completamente gratuita, a favor do nosso querido Cine-teatro, que, coitadinho, está a cair aos bocados.
Então, tenho estado a pensar que devimos fazer isto com mais regularidade. Pequenos espactáculos, à sexta-feira à noite, variados e com os únicos objectivos de nos divertirmos e irmos juntando alguns tostões para o Teatro.
Que tal?
E se a próxima noite fosse uma noite de poesia?
Pensem nisso...
Aqui fica um texto muito bonito de António Gedeão, Lágrima de Preta, para irem antecipando:


Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Depois da chegada vem sempre a partida...

Os brasileiros têm o dom de conseguir dizer tudo muito bem explicadinho e de definir as coisas muito bem. Esta letra de Tom Jobim lembra-nos que a vida não passa de uma equação com muito poucas variáveis de verdadeiro prazer, a maioria são algarismos e operações só para "encher". 99% do nosso tempo é passado a fazer algo ou a passar tempo em função de alguma coisa que está para chegar, e quando chega passa tão rápido que quase nem damos por isso.
Sei lá!
A vida é uma grande ilusão.


"Tem dias que eu fico
Pensando na vida
E sinceramente
Não vejo saída
Como é, por exemplo
Que dá pra entender
A gente mal nasce
Começa a morrer
Depois da chegada
Vem sempre a partida
Porque não há nada
Sem separação

Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão(x2)
Sei lá, sei lá
Só sei que ela está com a razão(x2)

Ninguém nunca sabe
Que males se apronta
Fazendo de conta
Fingindo esquecer
Que nada renasce
Antes que se acabe
E o sol que desponta
Tem que anoitecer
De nada adianta
Ficar-se de fora
A hora do sim
É um descuido do não

Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão"

Tom Jobim

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pensei...

...que nas férias dava cabo destes 3 mas nem pensar!
Mas fiquei contente quando descobri que o protagonista do do meio é o quarto filho da protagonista do da direita. Capiche?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SECUNDÁRIO...

E o meumaivelho acabou de entrar para o secundário!...
Tenho estado todo o dia em ânsias, porque hoje foi o dia da apresentação da nova escola. Acho... não, tenho a certeza, que estou mais nervosa do que ele.
Porque eu sei para o que ele vai, ele não sabe...
Parece que sinto de novo o mesmo aperto na barriga que senti quendo tinha 15 anos e entrei para aquela escola pela primeira vez, acabadinha de sair da protecção das freiras, onde nos sentiamos como dentro de um ovinho.
No principio foi muito, muito estranho.
Ninguém me perguntava onde ía, ninguém queria saber se eu ia às aulas ou não, não havia ninguém no portão da escola. Nessa altura havia professores que fumavam na sala de aulas, alguns, mais respeitosos, interrrompiam a aula para virem cá fora fumar.
A sensação de liberdade era vertiginosa.
Eu podia fazer, rigorosamente, o que quizesse, ninguém estava lá para me controlar. O meu único limite era a hora da carrinha que me traria de volta a casa. E mesmo, esse nem sempre o respeitei...
Foi nessa altura que compreendi o que queria dizer responsabilidade: podemos fazer o que quisermos, mas a escolha por fazer o que está certo cabe-nos inteiramente a nós, não ninguém para nos dizer: faz assim, faz assado.
Este fim de semana estive na casa onde tirei o curso.
Parece que foi ontem que saí de lá, e, bem vistas as coisas, o meumaivelho vai lá estar dentro de 3 anos, se tudo correr bem.
Como é que é possivel?
ONDE É QUE FORAM PARAR ESTES ÚLTIMOS 20 ANOS???
Como é que posso ter um filho quase universitário?
Não entendo, não entendo...
(Será isto uma crise de meia idade?...)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

OS TRÊS ESTAROLAS - 2

Houve uma altura em que havia um stand de automóveis, pelo percebi ,no lugar onde funcionaram, mais tarde, as malhas Paello's, ou seja, por baixo das bombas de gasolina, junto à mata.
Os três estarolas, vendo aquela quantidade de carros ali mesmo à mão de semear, não se conseguiram conter, foi superior a eles. Vai de desengatar os carros e empurrá-los todos rampa abaixo, direitinhos à mata.
Brilhante ideia!
O problema é que houve um vizinho que viu e ameaçou ir contar aos pais deles.
Mas os três estarolas não se deixam intimidar por ameaças. Contaram os trocos, compraram uma grade de minis e foram com ela comprar o silêncio do Bufo!

E A AMÉLIAZINHA, AHN? HIBERNOU?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Faz hoje 10 anos

Faz hoje dez anos que fui mãe pela primeira vez. Foi o dia mais humilhante e mais feliz da minha vida. Digo humilhante porque não deve haver situação na vida em que uma mulher se sinta mais vulnerável e mais resignada do que no dia de um parto. Para quem não sabe, após a chegada à maternidade, a saga de falta de pudor começa logo com uma enfermeira mal encarada que nos rapa os pelos de todo o lado com a rapidez e a firmeza de quem já fez aquele processo umas centenas de vezes. E nós limitamo-nos a fechar os olhos e a dizer baixinho “Xiiiiça caneco!!!”. Depois vem a parte da dilatação na qual ficamos horas a fio a morrer de dores completamente insuportáveis, que vêm e vão, e durante a qual vamos recebendo visitas de médicos e enfermeiras que, sem pedir licença, nos vão invadindo a nossa intimidade e investigando as nossas entranhas sem dó nem piedade. Muito humilhante, sem dúvida.
Mas foi também o dia mais feliz da minha vida. Como se ver todo aquele sofrimento terminar não fosse já uma boa razão, ainda somos presenteados com um filho que, inevitavelmente, é para nós o mais lindo do mundo e que chega para mudar a nossa vida, o nosso dia-a-dia, e o nosso carácter para sempre. Gosto de celebrar este dia porque, juntamente com o meu 1º filho, nasceu também um novo eu, uma nova pessoa, diferente da que existiu até aquele momento.
Assim sendo, no dia 7 de Setembro, para além de presentear o meu filho, também gosto de me presentear a mim. Este ano o meu presente foram estas botas que, quando bati com os olhos nelas, nem pude acreditar como é que vivi 36 anos sem elas. Xiça fanico! Além disso estou a pensar seriamente apanhar uma “aquecidela” porque a situação merece e estão reunidas as melhores condições para que tal aconteça.

NOVO ANO ESCOLAR

A escola está quase a abrir. Em minha casa há material escolar espalhado por todo o lado... ah, mas isso é assim o ano todo, já me esquecia.
Este ano só vou comprar livros para o mais velho. A do meio herda os livros do mais velho e o mais novo herda os livros do primo. Estamos em tempos de crise e não podemos andar a comprar três vezes os mesmos livros.
A do meio perguntava-me há dias como é que as pessoas que não têm dinheiro fazem para comprar os livros dos filhos. Respondi-lhe que eram os colegas dela que tinham subsídio escalão A, que não pagam os livros, ou escalão B, que pagam só uma parte.
Acabámos por fazer a seguinte reflexão: os meninos do escalão A têm livros novos todos os anos. Os meninos sem subsídio apagam as respostam dadas pelos irmãos mais velhos e reutilizam os livros...
É estranho, não é?
Gostava de mandar esta sugestão para o ministério da educação:
Acho muito bem que o ensino seja acessivel a todos e gratuito para quem não o puder pagar, mas também acho que benefícios devem trazer responsabilidades.
Os meninos que recebem os livros gratuitamente deveriam ter a obrigação de os estimar, de não escrever neles e de os entregar em bom estado na escola no final do ano. No ano seguinte outros meninos poderiam utilizar os mesmos livros, desde que os manuais não mudassem.
Poderia ser a biblioteca de cada escola a tomar conta deste assunto:quando se fazem as matriculas ficam logo a saber quanto meninos beneficiam de subsídios, contabilizam quantos livros de cada disciplina têm e quantos precisam a mais. Depois pedem os livros às próprias editoras, evitando até o lucro das papelarias onde as pessoas os vão comprar. O menino que entregasse o livro estragado teria de o pagar ou teria esse valor descontado no subsídio do ano seguinte.
Assim todos ganhavam: os contribuintes, que não teriam que pagar todos os anos tantos livros para tantos subsidiados, o Ministério da Educação que também reduzia as despesas e o ambiente, com menos estragação de papel.
Claro que os únicos que não ficavam a ganhar eram os senhores das editoras... e por causa deles é que esta bela ideia nunca poderá ter aplicação...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Gaja que é gaja...


Gaja que é gaja leva 200 kg de roupa para férias. Gaja que é gaja leva 6 pares de sapatos ou sandálias, no mínimo, mais umas botas e 3 pares de chinelos. Gaja que é gaja leva bijuteria que chegava para abrir uma Bijou Brigitte. Gaja que é mesmo gaja leva para férias toda uma parafernália de maquilhagem e de cremes para aqui, para ali e para acolá. Tem cremes para o dia, tem cremes para a noite, tem cremes para o sol, para a sombra, para sítios de difícil acesso, para rugas que ainda estão por aparecer e para estragos da gravidade completamente irreversíveis. Mas pôr o creme (nalguns casos até mesmo só comprar o creme) parece que nos deixa logo melhores e cria em nós a ilusão optimista que melhorámos consideravelmente.
Depois surge sempre um engraçadinho qualquer que nos deita a mão e nos faz pisar novamente solo firme com o velho cliché:
- Mas para que raio é tanto creme?
- Para ficar mais gira.
- Então porque é que não ficas ????!!!!!
A insensibilidade masculina consegue atingir proporções dantescas. Não percebem que mulher é mesmo assim e que são estas pequenas coisas que fazem de nós estes seres maravilhosos que somos: simplesmente gajas!

OS TRÊS ESTAROLAS - I


Os "três estarolas" têm hoje mais de 50 anos e são, na generalidade, senhores "respeitaveis".
Mas já foram adolescentes, e que adolescentes!
Já ouvi as histórias deles vezes sem conto em noites de copos, mas rio-me sempre até às lágrimas e nunca consigo deixar de pensar como é que é possivel que numa terra tão pacata se possam ter passado cenas tão incriveis como algumas das que eles (e outros) foram protagonistas.
Os tempos eram, definitivamente, outros. Era a pujança dos anos 70 e 80, o auge económico de Minde, muito trabalho, muita gente constantemente a entrar e a sair da terra, desconhecidos a chegar todos os dias. E muitos pais demasiado absorvidos com o trabalho para prestarem realmente atenção às coisas inacreditáveis que os filhos faziam. E também muita daquela inconsciencia inocente que se tem quando se é puto: somos os maiores, nada nos pode acontecer, nada nos pode fazer mal.
Pois os três estarolas, e outros amigos da sua idade, tinham 16 ou 17 anos, as hormonas aos saltos e eram doidos.
Tinham por hábito roubar os carros das garagens dos pais ou de outros familiares para irem à noite para bailes, festas, discotecas, ou, simplesmente, para irem às gajas.
A tática era simples: abrir o portão da garagem, desengatar o carro e empurrá-lo para fora sem fazer o mínimo ruído, empurrá-lo pela rua fora até já estar suficientemente longe para que o barulho do motor não acordasse o dono e depois fazer uma ligação directa. Ninguém tinha carta, ninguém tinha as chaves dos carros. Niguém tinha dinheiro para gasolina, o carro andava até onde desse e depois logo se via.
Uma dessas noites, um deles roubou, enfim, "pediu emprestado", um carro a um tio. Lá foram para a festarola não sei onde e no regresso repararam que o carro tinha uma mossa. Ficaram em desespero: e agora, bateram-nos no carro, como é que vamos por o carro na bagargem batido?
Lá voltaram para Minde e foram acordar um pobre bate chapas às tantas da manhã para lhes resolver o problema antes de amanhcer.
Quando finalmente o carro voltou à gararem todos respiraram de alívio.
De manhã o dono do carro tem a surpresa da sua vida. Oh mulher, anda cá depressa! Anda aqui o diabo! Ontem bati com o carro e hoje não se nota nada, o carro arranjou-se de noite. Eu estarei maluco?!

Vacations, finally!

O dia tarda a chegar mas chega, e esse dia foi hoje.
E como só me apetece gritar Aleluia!, deixo-vos com um Aleluia que eu venero: Jeff Buckley (um grande músico com uma grande voz que morreu afogado com pouco mais de trinta anos), numa versão avassaladora de um original de Leonard Coen.

Fiquem bem meus amigos…que eu vou tentar fazer o mesmo.



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

NOVO DICIONÁRIO DE MINDRICO

A pedido da querida Dra. Vera Ferreira, divulgamos o pedido de ajuda para a edição do novo dicionário de mindrico:

Contribua com uma DOAÇÃO para o Dicionário Bilingue Piação-Português!


O CIDLeS (http://www.cidles.eu) está a preparar o primeiro dicionário bilingue de Minderico, no verdadeiro sentido do termo. Até ao momento existem apenas glossários incompletos e de pouca base científica. A existência de um dicionário mais completo, actual e com informações etimológicas, fonéticas, gramaticais e de uso será determinante para a preservação e ensino desta língua ameaçada em Minde.

Além da versão em papel, o dicionário será acompanhado por um CD que inclui uma versão multimédia do mesmo. Nessa versão poderemos encontrar as palavras associadas a som, imagem, vídeos e textos.

Faltam apoios para concluir esta obra. O CIDLeS precisa da sua ajuda para a preservação deste património linguístico e cultural.

Faça uma DOAÇÃO para:

CIDLeS
NIB: 0045 5242 40239498532 59
Banco: Caixa de Crédito Agrícola

Doações de um valor superior a 40€ receberão o dicionário gratuitamente.

Envie-nos um email para info@cidles.eu com os seus dados para que o/a possamos referenciar na lista de apoios.

Divulge esta informação junto dos seus amigos. Contamos com a sua ajuda!
Vera Ferreira
(Presidente do CIDLeS)

HOJE...

... precisei de ir a um banco no centro da cidade e depois à conservatória.
Fui a pé, que o tempo está enevoado e fresquinho, a gozar os sítios pitorescos da zona história de Torres Novas.
A cidade, em algumas zonas está muito bonita e muito bem arranjada. Mas tem muitos prédios devolutos, em mau estado, muitas fachadas sem miolo por detrás. É pena, é uma cidadezinha com alpectos pitorescos da vila antiga que sempre foi.
Cada vez há mais lojas a fechar. Que pena!
Uma boutique pequenina onde cheguei a comprar algumas roupas bem originais... A sex shop da cidade... olha, nunca lá cheguei a entrar.
Vou pela a rua a pensar onde é que iremos parar, a puta da crise, a vida como a conhecermos a esvaír-se-nos por estre os dedos e esta insegurança... o que vai ser de nós, dos nossos filhos do nosso país...
Depois atravesso a ponte sobre o Almonda. Vão florinhas brancas a boiar sobre a água que cairam das árvores na margem. Que bonito...
Mais à frente uma pequena ameixoeira num jardim está coberta de frutinhos já rosados. A pequenina árvore cumpriu a sua missão, esforçou-se e deitou cá para fora tantas ameixinhas... indiferente à crise, à troika, à esperada depressão mundial...
Noutro jardim um hibisco sacode suavemente, à brisa da manhã, as flores carregadas de chuva da noita anterior .
Pronto, parece-me que a neura me passou.
O mundo remova-se todos os dias, temos que lhe seguir o exemplo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O NOSSO LÉXICO ADOLESCENTIL

Há palavras que usavamos na adolescencia e, felizmente, se perderam. Outras, claro, apareceram de novo. Nunca sabemos se uma palavra vem para ficar ou se é só uma moda passageira.
Quem se lembra da palavra "escaganifobético", ou, na sua versão mais light "escanifobético"?
E do hábito enervante de ser tratado por "coisa", ou ainda pior, por "coisinha"?
Mas há mais:
Baril
Pechisbeque, para designar bijuteria que não fosse fabricada de metais nobres, mas uma sua imitação. Também tem uma forma light: chibeque.
Chamar "pão" a um rapaz giro.
E algumas expressões recorrentes que, felizmente, também desapareceram de circulação, tais como:
É fixe: abana mas não cai.
Há, mas são verdes.
(também foram substituidas por outras não menos parvas, como "até a barraca abana", "Ah, poizé" e o impagavel Oh Eeeeelsaaaa!)