quarta-feira, 7 de setembro de 2011

NOVO ANO ESCOLAR

A escola está quase a abrir. Em minha casa há material escolar espalhado por todo o lado... ah, mas isso é assim o ano todo, já me esquecia.
Este ano só vou comprar livros para o mais velho. A do meio herda os livros do mais velho e o mais novo herda os livros do primo. Estamos em tempos de crise e não podemos andar a comprar três vezes os mesmos livros.
A do meio perguntava-me há dias como é que as pessoas que não têm dinheiro fazem para comprar os livros dos filhos. Respondi-lhe que eram os colegas dela que tinham subsídio escalão A, que não pagam os livros, ou escalão B, que pagam só uma parte.
Acabámos por fazer a seguinte reflexão: os meninos do escalão A têm livros novos todos os anos. Os meninos sem subsídio apagam as respostam dadas pelos irmãos mais velhos e reutilizam os livros...
É estranho, não é?
Gostava de mandar esta sugestão para o ministério da educação:
Acho muito bem que o ensino seja acessivel a todos e gratuito para quem não o puder pagar, mas também acho que benefícios devem trazer responsabilidades.
Os meninos que recebem os livros gratuitamente deveriam ter a obrigação de os estimar, de não escrever neles e de os entregar em bom estado na escola no final do ano. No ano seguinte outros meninos poderiam utilizar os mesmos livros, desde que os manuais não mudassem.
Poderia ser a biblioteca de cada escola a tomar conta deste assunto:quando se fazem as matriculas ficam logo a saber quanto meninos beneficiam de subsídios, contabilizam quantos livros de cada disciplina têm e quantos precisam a mais. Depois pedem os livros às próprias editoras, evitando até o lucro das papelarias onde as pessoas os vão comprar. O menino que entregasse o livro estragado teria de o pagar ou teria esse valor descontado no subsídio do ano seguinte.
Assim todos ganhavam: os contribuintes, que não teriam que pagar todos os anos tantos livros para tantos subsidiados, o Ministério da Educação que também reduzia as despesas e o ambiente, com menos estragação de papel.
Claro que os únicos que não ficavam a ganhar eram os senhores das editoras... e por causa deles é que esta bela ideia nunca poderá ter aplicação...

3 comentários:

Anónimo disse...

Feridas, adorei o que "postaste"!!!
Já tinha comentado isso cá em casa quando a minha cara metade gastou uma borracha inteirinha a apagar os livros que uma amiga me emprestou, para não falar na quase tendinite com que ele ficou após tal serviço!
Quanto aos escalões que mencionas e muito bem concordo que existam....mas geridos doutra forma concerteza pk crianças que são subsidiadas e têm piscina em casa ( e note-se que não é de plástico como a minha) não deveriam de ter direito a este benefício, mas.......enfim, fico por aqui!!!
Quanto à implementação da tua ideia, era fantástica não era??? mas o Ministério da Educação nunca concordaria pk depois acabava-se a "mama" para alguns, e isso não pode ser.
CMS

Calos disse...

Também não podia estar mais de acordo.

teacher disse...

Dear Feridas, há muito tempo que eu dei uma sugestão semelhante à Ass. de Pais - deste modo o ME não teria nada a ver com isso!A Ass de pais podia até cobrar uma módica quantia de 20 euros, por exemplo e assim tinha sempre dinheiro em caixa para o que fosse preciso.
Quanto à atribuição de escalões, enquanto as escolas tiverem de respeitar a obrigatoriedade de aceitar IRSs falsos ou menos sérios, não há nada a fazer...com muita pena minha...