Feridas e calos: duas amigas com coisas para dizer ao mundo. Sim, nós sabemos, as mulheres têm sempre coisas para dizer, e têm sempre razão!... Acontece que estas coisas são mesmo importante e por isso têm de ficar registadas para a posteridade. Agora a sério: isto não tem interesse nenhum, portanto fuja daqui enquanto é tempo!... E para os Xarales que nos soletrem: Viva o Ninhou!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
GANHAR DINHEIRO - OUTRAS FORMAS
A verdade é que nos anos 80 nós fazíamos qualquer coisa para ganhar dinheiro…
Das “actividades recolectoras”, além da já mencionada macela, havia a apanha do papelão. O papelão vendia-se ao peso, ao Sarol, na Rua D. Nuno Alvares Pereira, ao pé das escadinhas do Alto Pina.
Mas estas eram sempre actividades eventuais, pouco regulares. Como os nossos pais não nos financiavam as férias nem os luxos, a maioria dos miúdos passava as férias a trabalhar.
Hoje é absolutamente impensável uma coisa destas, mas nessa altura não havia estabelecimento comercial, fábrica ou oficina que não tivesse um ou mais miúdos a passar as ferias. Até mesmo em actividades que nos parecem impossíveis de relacionar com crianças, como por exemplo a farmácia.
A minha amiga Celmira desde cedo passou ou Verões na farmácia, onde o sr. Rocha lhe dizia que, quando não tivesse mais nada para fazer, decorasse os nomes e os lugares dos medicamentos, meticulosamente arrumados nas prateleiras por ordem alfabética. E ela, coitadita, lá de punha de nariz no ar, a ler os nomes do medicamentos até os saber de cor.
O facto de apanhar com uma criança ao balcão da farmácia trazia alguns problemas aos clientes. Era o caso dos clientes do sexo masculino que iam comprar preservativos e que ficavam muito atrapalhados para dizer o que queriam: “Eu queria… bem,… o melhor é chamares o Sr. Rocha.”
Mas o fantasma que pairava sobre todos os rapazes, principalmente os que fossem cábulas na escola, era a serventia a pedreiros.
Quem por lá passou diz que os primeiros tempos eram duros, porque além do trabalho em si, que não era para meninos (literalmente) ainda tinham que aturar as piadinhas dos colegas de trabalho mais velhos que os praxavam com ordens como carregar uma pedra enorme para outros local onde ela não fazia falta nenhuma.
Por acaso acho que o trabalhinho nas férias não nos fazia mal nenhum, nunca nos caíram as mãozinhas e até dávamos mais valor à escola.
Mas se fosse hoje e a ASAE nos visse, metade dos empregadores de Minde iam presos por exploração do trabalho infantil.
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3 comentários:
Eu trabalhei na Afellini, e ganhei quase 50 contos no mês de Julho.
Eu copiava fichas à mão e lavava material no laboratório de análises e, mais velha, fui baby sitter de um menino duarnte 2 anos, trabalhei em secretariados de congressos e andei na vindima em Alpiarça.
Eu durante os meses de Agosto e Setembro trabalahava num armazém de malhas e aos fins-de-semana a servir casamentos (cerca de 10 anos). Ganhei muito bom dinheirinho :) ... permitiu-me tirar a carta de condução, um momento auge de qualquer estudante, e de fazer investimentos a nível de educação!!!
Ok, ok também ajudou em jantares, prendas e "nights"...
Concordo plenamente com a Feridas, o trabalhinho de férias não faz mal nenhum, muito pelo contrário, damos mais valor ao que a vida custa e ganhamos responsabilidade.
Oh para mim que ainda tenho as minhas mãozinhas... é pena não haver a oferta que existia.
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