Feridas e calos: duas amigas com coisas para dizer ao mundo. Sim, nós sabemos, as mulheres têm sempre coisas para dizer, e têm sempre razão!... Acontece que estas coisas são mesmo importante e por isso têm de ficar registadas para a posteridade. Agora a sério: isto não tem interesse nenhum, portanto fuja daqui enquanto é tempo!... E para os Xarales que nos soletrem: Viva o Ninhou!
terça-feira, 2 de novembro de 2010
DIA DE LOS MUERTOS
A tradição mexicana da celebração do Dia de Los Muertos tem tradições pré hispânicas. Quando os descobridores espanhóis chegam a esta parte da América Latina ficaram horrorizados com as crenças locais de que durante um determinado período de tempo os mortos regressavam e conviviam alegremente com os vivos. Então, como aconteceu com tantas outras tradições nativas, tanto na América Latina, como na África, como na Ásia, as tradições ancestrais foram assimiladas e transfiguradas nas celebrações católicas.
Com a chegara dos descobridores espanhóis as celebrações nativas da festa dos mortos foram assimiladas às celebrações católicas do Dia de Todos os Santos (1 de Novembro, dia em que a Igreja Católica celebra todos os que já entraram no reino do Céus, sejam ou não declarados santos pela Igreja Católica, uma vez que todos os que entraram no céu são santos) e dos Dias dos Fieis Defuntos (dia 2 de Novembro, dia em que se recordam e se oferecem preces reparadoras por todos aqueles que aguardam a sua entrada no céu).
As celebrações mexicanas do Dia de Los Muertos são fascinantes. Acredita-se que os mortos voltam durante um dia – as crianças mortas no dia 1 de Novembro e os adultos no dia 2 – para conviverem com os vivos. Então as famílias preparam-lhes altares com flores, velas, comida, cigarros, tequila e prendas para as crianças e a própria família celebra em festa a memória dos seus mortos. A família acaba por comer, na festa, a comida que ofereceu aos mortos, mas credita que o morto já comeu a “essência” da comida, por isso a comida já não tem “valor nutricional”.
Algumas famílias deixam fora das casas cobertores e almofadas para que a alma do morto possa descansar da sua jornada.
Além disso oferecem às crianças (às vivas…) caveirinhas de açúcar e também se chamam caveirinhas a pequenos textos, em prosa ou em verso, que recordam de forma humorística as características do morto.
É uma tradição estranha para a nossa sensibilidade europeia, mas uma forma muito mais ligeira de ligar com um facto ao qual ninguém pode fugir. Parece-me muito mais saudável brincar com a morte do que considerá-la um tabu que não se refere nem se enfrenta.
Pessoalmente, espero um dia ter a sorte de poder viajar até ao México nesta data e ver ao vivo estes altares fantásticos que até agora só pude ver na Internet.
Resta só acrescentar que o Dia de Los Muertos mexicano foi considerado Património da Humanidade pela UNESCO.
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