sábado, 26 de março de 2011

Zakka é coisa de gaja mas é obrigatório saber o que é.


Um frasco antigo de vidro, que outrora acomodou um charmoso vinagre italiano, transforma-se num vaso de flores, tingida e solitária.
Um cesto de palha, forrado com um tecido de algodão xadrez, alberga agora novelos de lã coloridos e fofinhos.
Um alfineteiro de linho com bordados simples e ingénuos acompanha um conjunto de acessórios de costura vintage: tesoura para cortar linha, dedais, carretéis de madeira… um ferro a carvão (este é a glória e deve ter lugar de destaque na estante!).
Todas estas “situações” têm algo de Zakka.
Zakka é mais difícil de explicar do que de reconhecer ou sentir.
Mas começando pelo principio: Zakka é uma palavra que deriva do japonês (zak-ka) e que significa “muitas coisas”, que, convenhamos, não quer dizer nada.
Consultando uma fonte segura, o Google, Zakka pode ser traduzido como “artigos em geral” ou, melhor ainda, “miudezas” e o termo também se aplica a alimentos.
O universo Zakka vê nas pequenas coisas e detalhes do dia-a-dia algo esteticamente nobre e elevou muitos objectos aparentemente banais e sem valor ao patamar de objecto de desejo. (Como eu percebo!...)
Se tens uma avó com tendências acumuladoras e se ela tem uma salinha cheia de bugigangas antigas e sugestivas, atenção! , podes ter uma fonte inesgotável de artigos zakka em potencia à espera de ser reutilizados e transformados. Parece que, nos dias de hoje, há mesmo muito boa gentinha a pagar muito bem pelas tralhas da avozinha.


Zakka é, de certa forma, uma tendência, uma moda, e tornou-se mesmo num estilo de vida bem definido. Existem algumas características comuns: a luz, tudo é geralmente muito claro, iluminado, meio impressionista; ênfase nos pequenos objectos garimpados com olho clínico, de preferência artigos vintage europeus, mas com uma tendência especial pelo vintage nórdico; o reaproveitamento de objectos; as cores predominantes são os pastéis e os tons de terra; muita madeira clara, muita palha, os tecidos são de algodão, tudo natural; é difícil encontrar algum móvel ou objecto que remeta à ideia de industrial; o desprezo pela ostentação (não há nada imponente, nada dourado, cadeiras de encosto alto, tecidos exuberantes e brilhantes); há um desleixo calculado, um ar de usado e gasto, um arranhão na parede aqui, uma quina de mesa lascada ali, uma cómoda a pedir pintura, uma toalha de mesa por engomar, tudo para garantir aquele visual naïf, demodê-chic e dar um aspecto de casa confortável, onde as pessoas realmente vivem.
Enfim, acho que não consigo explicar bem, por isso o melhor é fazer uma pesquisazita porque é tudo lindo…
Além disso é mesmo coisa de gaja, e se é de gaja nós temos de saber…

1 comentário:

Deriva disse...

Não sabia que tinha esse nome...mas gosto da tendência Zakka...não tenho é muito jeito para a aproveitar (mas isso é outra história).