quinta-feira, 16 de maio de 2013

Revista K, a maior de todo o sempre

Numa destas noites de copos, mais propriamente na 1ª noite do JazzMinde, dei comigo a recordar a revista K e a falar dela a uns amigos. A Revista K foi, sem dúvida, a revista mais genial de todos os tempos em Portugal e durou apenas 3 anos, o que só mostra que, em Portugal, tudo o que é bom acaba cedo. (...com excepção, talvez, do 5 para a Meia Noite que é bom e acaba tarde!).

A Revista K viveu no inicio da década de 90 (91,92 e 93) e eu era, ou melhor, fui, ou ainda melhor, continuo a ser, completamente fã e (pasmem-se!) tenho vários exemplares ainda comigo que comprei na altura por 400, 500 e até 650 Escudos, uma fortuna, portanto! Isto prova que, para além do facto de eu já ser nascida nos anos 90, já comprava revistas e de muito bom gosto por sinal.

A Revista K foi fundada e dirigida por Miguel Esteves Cardoso que também escrevia nela com um sentido de humor genial e invulgar e escritores e jornalistas como Vasco Pulido Valente, Carlos Quevedo, Rui Zink, Hermínio Monteiro (editor da Assírio & Alvim que morreu recentemente), Nuno Rogeiro, Constança Cunha e Sá, Pedro Rolo Duarte, Agustina Bessa-Luís, Paulo Portas (criador também ao lado de MEC d' O Independente), a mãe do Paulo Portas (Helena Sacadura Cabral), Rui Vieira Nery e outros, colaboravam com artigos absolutamente inovadores absolutamente irreverentes para o panorama da imprensa na altura.

Mas quem sou eu para falar da grande Revista K? Ok, sou uma possuidora de alguns exemplares completamente impossíveis de encontrar e que devem valer uma fortuna, mas, sobre a K, já está tudo dito aqui:

http://oreinabarriga.blogspot.pt/2008/02/revista-k.html

aqui:

http://bragaparks.blogspot.pt/2007/09/revista-k.html

ou aqui:

http://ler.blogs.sapo.pt/478320.html

Neste último pode ler-se:
"...Portugal teve algumas boas revistas, mas só uma grande revista. Chamava-se Kapa. Não teve um Raoul Fleischmann. Nasceu, durou três anos e morreu. A constelação onomástica ainda hoje encandeia: Miguel Esteves Cardoso, Vasco Pulido Valente, Carlos Quevedo, Leonardo Ferraz de Carvalho, Rui Henriques Coimbra, Edgar Pêra, Manuel Hermínio Monteiro, Agustina Bessa-Luís, Maria Filomena Molder - e isto é só o primeiro número. Não tendo provavelmente o mesmo valor geracional do Spectrum ou do Verão Azul, a Kapa queimou combustível emocional suficiente para ter deixado órfãos e impulsionado alguns ricochetes menores, como a blogosfera; é difícil encontrar um blogger que não tenha uns exemplares guardados (CÁ ESTÃO ELES A FALAR DE MIM!) - no armário ou na cabeça. Os blogues portugueses foram o produto de uma geração de amadores talentosos que se comportavam como se estivessem a ser pagos para aquilo. A Kapa foi o produto de uma congregação de profissionais talentosos que se comportavam como se estivessem a fazer aquilo de graça. O resto era atitude."

Um blog com alguns dos artigos (que não consegue retratar a emoção do charme gráfico único da edição em papel):
http://kapa.blogspot.pt/

e o facebook dos saudosos:
https://www.facebook.com/revistak?sk=wall&filter=2

Estas são as minhas relíquias que sou mulher para emprestar ao Arnaldo Ventura, se ele pedir com muito jeitinho.
 ;-)


2 comentários:

Duarte Fonseca disse...

Com muito jeitinho e com um ar envergonhado, à laia de quem faz perguntas cujo conteúdo não percebe e para as quais espera apenas uma resposta afirmativa sem questões adicionais:
Emprestas-me as revistas K?
Pode (deve) ser uma de cada vez...

Calos disse...

Claro amigo! São a tua cara! Irreverentes, inteligentes e com muita piada.