sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A crise na Ucrânia, viagem à Sibéria e o Cerco de Leninegrado

Depois de uma noite passada a lavar vomitado da cama e do chão e a limpar um rabinho pequenito que teimava em se esvair em diarreia, de manhã entreguei-me sem contestar ao meu estado de absoluta inércia. Sem pressas para sair de casa, dei comigo numa conversa politica sobre a Ucrânia com a minha Maryna. Na opinião dela a comunicação social em Portugal dá muito enfase ao separatismo UE/Russia enquanto a questão principal fica para segundo plano: o povo está farto de Yanukovytch. Detesta-o! Considera-o um corrupto, um ladrão, um crápula que insiste em se manter no poder contra a vontade do povo, poder esse que alcançou com eleições manipuladas e ilegitimas.
Segundo ela, quem tirasse uma foto com o telemóvel ao boletim de voto com a cruzinha no dito senhor, seria e foi recompensado das mais variadas formas. Um conhecido da Maryna recebeu um par de botas que pediu ao partido vencedor. Incrível! Um par de botas...
"- O meu irmão quer ir para Kiev, para a Praça da Independência! Quer ir ajudar...Está desempregado, divorciado, diz que não tem nada a perder...eu ralho com ele! Não quero que vá! É perigoso por causa dos snipers!"

A nossa conversa estendeu-se à vasta e rica história da URSS, ao avô da Maryna que participou na 2ª Guerra e esteve no cerco de Leninegrado. Contou-me ainda como se lembra de uma viagem de comboio de 5 dias que fez com a família à Sibéria, quando tinha 6 anos, na qual testemunhou a força da natureza na região, absoluta e hercúlea. Cogumelos do tamanho de cadeiras!
Gosto das histórias da Maryna...

O Vasquinho já está melhor...mas não foi à escola.

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