quarta-feira, 20 de abril de 2011

FALAR BEM, FALAR MAL

Confesso que calinadas, pontapés na gramática e erros de ortografia me causam brotoejas.
Às vezes também dou erros, não posso negar. Tenho alguns problemas com os per e os pre e os s e os z. Mas quando não sei como se escreve, tento arranjar um sinónimo para não dar mau aspecto. Como a anedota dos GNR a fazerem um auto de noticia de um acidente rodoviário (o corpo estava na estrada, a cabeça estava no passeio...Oh meu sargento, passeio escreve-se com ç ou com dois ss? Não sei... pumba... a cabeça estava na valeta...).
Mas, às vezes, dizer mal é dizer bem: no mindrico a regra é que a terceira pessoa do plural dos verbos acabe em "em" e não em "am" (trilharem e não trilharam quer dizer comeram, ambrosiarem e não ambrosiaram quer dizer pensaram...).
A explicação disto é a forma de falar tradicional de Minde. É antológica a frase do Sr. Zé do Estaminé: "partem tudo, escavaquem tudo e nã paguem nada".
Claro que a minha avó também tem uma palavra a dizer neste campo.
Segundo ela, no Outeiro é que se falava mal, no resto de Minde falava-se bem.
Ou seja, nas suas palavras lapidares: "Ai do Oiteiro é qu falem munto maul!"

2 comentários:

El che disse...

Muito bom.

Só uma emenda: não foi o Zé que disse essa famosa frase. foi o Sr. Joaquim (ou ti jaquim, em mindrico).

Já não me lembro se foi depois de ver uma sanita destruída depois de uma música ao vivo, ou a máquina de flippers toda partida pela 167ª vez...

Feridas disse...

Ah, pois foi, foi o Sr. Joaquim, tens razão.