terça-feira, 20 de agosto de 2013

JOÃO NO JAPÃO

O Meumaivelho está prestes a partir para a maior aventura da sua vida.
Durante um ano vai viver e estudar no Japão, na cidade de Sapporo, ilha de Hokkaido, com a mesma organização que, há dois anos atrás, nos trouxe uma americana durante seis meses: a AFS.
A AFS (American Field Service) começou por ser uma organização de voluntários americanos condutores de ambulancias na I Guerra Mundial. Na II Guerra Mundial tornaram a prestar serviço como voluntários e depois da guerra refletiram a chegaram à conclusão que muitos conflitos poderiam ser evitados se as pessoas dos diversos países se conhecessem e compreendessem melhor. A ideia é que não há formas certas ou erradas de ver o mundo ou lidar com o dia a dia, há só formas diferentes. Se reconhecermos isso, podemos globalmente viver melhor uns com os outros.
Então, logo após a guerra, começaram a enviar estudantes americanos para viver uns tempos na Europa e a receber europeus nos Estados Unidos.
Portugal juntou-se a esta organização em 1956 e desde essa data recebe e envia estudantes para e de muitos países da Europa, América e Ásia. Cada ano cerca de 80 jovens portugueses partem para uma aventura deste género.
Há dois anos a minha família recebeu durante seis meses uma jovem americana, do Novo México.
Durante esse periodos ela viveu em nossa casa, como mais uma filha, frequentou o CEF, em Fátima e aprendeu tudo sobre a vida em Portugal. No final dos seis meses falva português razoavelmente, tinha engordado vários kilos devido à nossa fantástica comida e estava erfeitamente integrada na vida portuguesa.
Desde essa altura que os meus filhos começaram a pensar em ter também a sua experiencia fora de Portugal. O primeiro foi o mais velho e escolheu o país mais longínquo e mais exótico que a organização tinha para oferecer: o Japão.
Durante cerca de um ano esteve em preparação para a experiencia: frequentou diversos campos de apredizagem, participou numa "troca" de jovens entre duas famílias portuguesas, para ver como é sentir-se um estranho numa casa diferente e ter se de integrar e recebeu montes de documentos do Japão, com as mais diversas instruções acerca da vida familiar, da escola, da segurança, dos hábitos da pessoas, do que é ou não considerado falta de educação e um pequeno curso de japonês para não chegar ao país completamente a zeros.
No Japão vai viver em casa de uma família e vai frequentar uma escola normal, com aulas normais.
A família tem também, três filhos, mas novos que os meus e já falámos com eles via skype. São muito engraçados, paracem um desenhao animado de uma família japonesa, sempre a rir, todos muitos pequeninos e com os olhinhos que não pasam de um risquinho na cara.
A escola para onde o João vai é uma escola intercultural, ou seja tem alunos de muitas nacionalidades, a participar em programas deste género. Mas não deixa de ser uma escola nornal japonesa, com alunos japoneses e aulas em japonês. O conceito da escola parece ser muito diferente do nosso: os alunos são muito competitivos entre si, muito esforçados e trabalhadores. Depois das aulas há muitos clubes desportivos ou culturais que todos os alunos devem frequentar. A escolha dos clubes vai desde todos os desportos (incluindo ski, o João está radiante), artes marciais, caligrafia antiga, arranjos florais, broadcasting, linguas estrangeiras, literatura, etc. No final do dia todos os alunos limpam a escola, apesar de ser um país muito rico, as escolas não têm empregados de limpeza, são os alunos que fazem tudo. E esta, hein?
E é assim, estou aqui há muito tempo com o coraçãozinho apertado, a pensar que vai voar mais uma ave do meu ninho. A minha família numerosa vai ficar reduzida a três pessoas :(
Mas sei que é uma experiencia fantástica para ele, uma coisa única, ele vai voltar outra pessoa, mais corajosa, mais desenrascada, mais prepararada para o mundo global que o espera.
Ah, quem quiser receber em sua casa um estudante nestas condições, pode ir consultar o site www.intercultura-afs.pt, eles estão sempre à procura de famílias com a generosidade de entrar numa aventura destas durante seis meses ou um ano. Aliás, estão para chegar os estudantes do programa anual no dia 6 de Setembro e ainda não têm famílias para todos. Nós devemos receber outro a partir de Janeiro, durante seis meses.

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