quinta-feira, 4 de julho de 2013

AH, AH, AH! É PRECISO MUITA PINTA PARA FAZER UMA DESTAS!

Uma mulher de 36 anos foi recentemente condenada pelo Tribunal de Tomar a cinco anos de prisão, com pena suspensa em igual período, pelo crime de burla qualificada cometido sobre um mediador de seguros tomarense. Para não cumprir a pena, Sandra, que vive actualmente em Salvaterra de Magos, vai ter que entregar ao ofendido quantias mensais não inferiores a 500 euros, totalizando o valor de 100.200 euros. Foi ainda condenada a pagar seis mil euros a título de compensações por danos não patrimoniais. A arguida recorreu da decisão, proclamada a 3 de Junho.
De acordo com o acórdão do colectivo de juízes, a que O MIRANTE teve acesso, o mediador reclamava ter sido lesado, durante o ano e meio que durou a relação, em mais de 250 mil euros mas os juízes apenas deram como factos provados situações que resultaram numa burla de cem mil e duzentos euros.
Tudo começou em meados de Abril de 2007, quando a arguida conheceu a vítima no consultório de um vidente na Chamusca. Apresentou-se como médica dos hospitais de Torres Novas e Entroncamento e a relação evoluiu com Sandra a fazer o homem acreditar que estava apaixonada por ele. Em Agosto desse ano já viviam em união de facto numa casa alugada em Tomar. Para dar credibilidade ao esquema, a mulher ostentava um anel do curso de medicina (com uma pedra de cor amarela) e apresentava-se a todas as pessoas como médica, pedindo ao companheiro que a levasse ao trabalho.
De acordo com os factos provados, a arguida disse ao ofendido que estava prestes a receber uma herança de uma tia, após o que lhe pediu 22 mil euros para regularizar compromissos nas finanças, o que este anuiu, com o compromisso de que receberia o dinheiro quando a herança fosse dividida. Em Setembro desse ano, a mulher disse-lhe que tinha que entregar o carro no qual andava ao hospital, alegando que era uma viatura de serviço, e pediu ao companheiro que lhe comprasse um carro, tendo escolhido um modelo Nissan Qashqai, comprado por 37.500 euros num stand em Tomar. Disse ainda que tinha um imóvel praticamente vendido mas que só conseguia concretizar a transacção se fizesse obras e, por isso, pediu-lhe seis mil euros emprestados.

Falsa gravidez de gémeos sustenta burla
A relação começou a arrefecer em Dezembro de 2007, quando a arguida disse que ia ser transferida para o Hospital de Santa Maria em Lisboa, passando a vir a Tomar apenas aos fins-de-semana. Pediu-lhe então que financiasse duas acções de formação na clínica de beleza Persona, conseguindo que o lesado lhe transferisse para a conta mais cerca de 40 mil euros.
De seguida, inventou que estava grávida de gémeos e que a gestação estava a correr mal, pedindo-lhe várias quantias em dinheiro para tratamentos. O logro só terminou em Outubro de 2008 quando a arguida sentiu que o homem estava sem dinheiro. Disse-lhe então que tinha sofrido um aborto, embora lhe tenha pedido mais 450 euros para despesas hospitalares a 19 de Dezembro desse ano.
“Durante todo este período a arguida fez crer ao ofendido que lhe devolveria todas as quantias mas acabou por se afastar deste quando soube que estava totalmente descapitalizado”, refere o colectivo de juízes, acrescentando que ao apresentar-se como médica, apenas quis fazer crer ser uma pessoa fiável, com uma reputada situação social e profissional e situação económica desafogada.
De acordo com o colectivo, Sandra G. “aproveitou-se dos sentimentos que o mediador de seguros nutria por ela” apenas para o convencer a entregar-lhe quantias em dinheiro. “Durante cerca de um ano e meio montou um esquema engenhoso, sofisticado, com uma grande parafernália de factos, vicissitudes dramáticas, apelando a sentimentos profundos, recorrendo sem escrúpulos ou qualquer sentido de decência ou vergonha”, lê-se no acórdão.
Os juízes referem que a mulher, sem antecedentes criminais, utilizou este esquema para “sustentar uma pose de pessoa muito rica e bem sucedida o que revela, dado o despropósito, uma mania de grandeza e falta de sentido de limite e respeito pelos sentimentos de outra pessoa como se valesse tudo para ter boa vida sem trabalhar e à custa do dinheiro dos outros”.

Copiado, sem qualquer pudor, do site sapo.pt

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