Ontem fui ao teatro.
Ía com a certeza de ir rever e maravilhar-me com a mestria e genialidade do Miguel Guilherme que, felizmente, já tive oportunidade de ver algumas vezes, mas com a certeza também da fraqueza interpretativa de Bruno Nogueira que, embora seja muito bom nos textos, como actor me pareceu sempre muito “forçado” e demasiado “igual a ele próprio”. NADA! Surpresa completa! Miguel Guilherme, sim!, é um senhor do teatro, seguro e genial, mas o esticadinho do Bruno não lhe fica atrás e, para surpresa minha, revelou-se-me um grande actor, versátil, natural e com imensa graça. O texto é genial de tão simples e absurdo que é. A encenação e os cenários são como se quer: igualmente simples mas BOM!
Confesso que vim de lá um pouco desmoralizada.
Acontece-me sempre, e à Feridas também que eu sei, quando vejo teatro a sério. Pergunto-me sempre: mas o que é que nós andamos a fazer? Será que vale a pena? Será que temos qualidade suficiente para nos mostrarmos? Pois... a resposta não sei. Mas de uma coisa eu estou certa - os nossos propósitos são atingidos: divertirmo-nos, conviver, experimentar, atrevermo-nos e aprendermos. Como tal e de acordo com uma máxima que aplico a tudo na vida, da grande filósofa Sheryl Crow, “if it makes you happy, it can’t be that bad!”
Portanto, amiga Feridas, tu prepara-te mulher! Aqui a jóia teve uma ideia absolutamente exequível, inovadora e genial!!!!! Quero partilhar contigo, rápido!!!!!
3 comentários:
Boa, mais uma nova peça a caminho.
"Parar é morrer, acreditar é viver"
My dear Kate, a questão não é se temos qualidade para nos mostrarmos. Tem muito mais a ver com a exigência que fazemos de nós próprios. E quando nos apresentamos, seja em que actividade for, devemos é ter a noção das nossas limitações e não querer fazer mais do que conseguimos (isso não significa que não arrisquemos, porque só assim saberemos de facto as nossas limitações). Quando sentimos que queremos fazer algo a mais e não está a resultar devemos ter a humildade de não o fazer e se facto o queremos fazer deve-se então partir para uma fase de preparação/formação.
É aqui que reside a grande questão. Estar num palco é uma benesse que nem toda a gente tem. Devemos respeitar essa benesse ao máximo, sendo verdadeiros (não quer dizer necessariamente autênticos), dando-lhe a nossa genuinidade, mas não querendo enganá-lo, ao palco, com aquilo que não sabemos.
Este comentário é uma opinião geral e não tem nada que ver com as peças em questão, apesar de ter sido por uma razão idêntica a esta que dei que sentiste essa alteração na performance do Bruno.
Kiss Kate!
Beeeeemmmmmm!
Arnaldinho, é bom ter-te de volta e às tuas sensatas opiniões. Realmente, não devemos aspirar ao que não conseguimos alcançar. Se eu não te conhecesse e não soubesse que já pisaste o nosso palco por 2 vezes, diria que o que queres dizer é que sem a orientação de profissionais, não o deveriamos fazer. Mas nem sempre temos essa hipotese, como tu sabes. E se queres que te diga, a coisa assim menos profissional é muito mais divertida. Lá está...if it makes you happy...
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