Tenho uma amiga que diz que crescer é uma seca. E ela tem razão.
De repente (e digo de repente porque ninguém nos avisa que a vida passa tão rápido assim e se amontoa em fotografias a uma velocidade alucinante) crescemos e somos adultos, essa palavra que tudo pressupõe e tudo implica. Passamos de filhos a pais, as brincadeiras são substituídas por empregos e de meros elementos passivos passamos a encenadores de uma grande peça sobre os quais recai toda a responsabilidade. Passar a ser adulto pressupõe sempre a utilização de um palavrão: problemas. Os adultos têm problemas e ponto final. E quando não os têm inventam-nos, mas sem problemas é que um adulto não passa.
O bom disto tudo é que a idade e o facto de sermos adultos confere-nos também a capacidade para os saber resolver.
Mas eu confesso: tenho saudades de ser criança e, se pudesse, trocava com a minha porquinha mais pequena que é aquela que ainda tem mais tempo de infância pela frente.
Aí os meus problemas passariam a ser de novo: a minha mãe deixou acabar o Nestum, como é que vou dizer à minha professora que não fiz os TPC de Matemática, não quero mais vestir aquela saia vermelha horrorosa que insistem em me vestir, dói-me imenso a ferida do joelho que fiz ao trepar aquela árvore enorme do recreio.
E o principal de todos (e este sim era um problema): O Vasco Granja ao Domingo demanhã. A este não sei mesmo como alguns de nós sobreviveram.
2 comentários:
O verdadeiro problema é que muitos adultos esqueceram de ser adultos.
Mas preferia ser criança, até o acordar me custava menos. lol lol lol
Por acaso mete nervos, mete...
Mas quem é que disse à vida que eu queria saber de pagar TSU, de marcar consultas no dentista, de me preocupar todos os dias com o jantar?
Isto está tudo errado. Eu ainda devia estar no recreio a saltar à corda, a namorar com dois ou três ao mesmo tempo, a fugir do colégio saltando o muro das traseiras.
Não tenho paciencia para problemas de adultos, tudo isto me parecem novelas mexicanas a que eu assisto de fora, como um espectador. MAS ESTOU LÁ NO MEIO! QUE NERVOS!
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