quinta-feira, 12 de maio de 2011

PEREGRINOS


Ontem um peregrino foi atropelado por um camião entre o Covão do Coelho e o Vale Alto. O condutor fugiu, mas foi apanhado passado algum tempo nas Moitas. O peregrino sofreu alguns ferimentos mas está bem.
A mim o que me espanta é que estas coisas não aconteçam mais vezes! Corro o risco de ser crucificada, mas os peregrinos complicam-me um bocadinho com os nervos…
Em Minde passam milhares de peregrinos todos os verões. Ontem estive no pavilhão Ana Sonsa à noite e estavam lá largas centenas a pernoitar. Uma palavra para a fantástica equipa que todos os meses de Maio a Outubro trabalha no acolhimento ao peregrino, dá sopa, faz massagens, fura bolhas e liga pés, transporta muitas e muitas pessoas para o pavilhão gimnodesportivo e regresso para os banhos, arruma e desarruma o pavilhão. Acolher os peregrinos é uma das obras de caridade da doutrina católica (juntamente com dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, etc…)e esta equipa soma pontos no céu todas as vezes que dá de si gratuitamente para ajudar pessoas que não conhece de lado nenhum nem nunca viu antes, só por amor a Deus e ao próximo.
Mas voltando aos peregrinos, sei que para eles isto é uma experiencia de uma vez na vida ou, no máximo, de uma vez no ano, mas nós vivemos numa terra continuamente “assaltada” por peregrinos e não é fácil. Os peregrinos acham-se o centro do mundo por estarem a fazer um esforço muito grande, mas devem pensar que os habitantes das terras por onde passam estão lá o ano todo.
Os peregrinos caminham em magotes pelo meio da estrada, muitas vezes em aventuras perfeitamente suicidas, no meio de estradas estreitas, com curvas e à noite. Os carros de apoio param em todo o lado, circulam a velocidades exasperantes, mudam de direcção sem se sinalizarem, enfim, só estorvam. Os peregrinos acomodam-se em qualquer lado, ocupam de assalto os cafés todos ao mesmo tempo e exigem ser atendidos com velocidade e prioridade, deixam lixo por todo o lado, apanham toda e qualquer flor que esteja ao seu alcance, seja no campo, nos jardins públicos ou nos jardins particulares…
Dou o maior valor a quem empreende estas jornadas infindáveis movido pela fé, mas, repito, os peregrinos complicam-me com os nervos…

2 comentários:

teacher disse...

(Finalmente posso comentar...já estava a dar em doida com os frenicoques de não poder dizer de minha justiça, apre!)
Dear Feridas:
You're absolutely right! E acordares com eles a passar às 6 da manhã a rezar o terço em altifalante? E para eles a fila indiana é na horizontal, a atravessar a estrada, e sempre fora de mão...
O que vale é que agora é só uma semana por mês, até Outubro!
Bye

Deriva disse...

O que precisava ser dito há muito tempo...:)