Tenho alguma aversão à política. Detesto e provoca-me asco as "manhas", as desonestidades, os "jogos de poder", as "leituras nas entrelinhas", e os "por aí fora" que caracterizam a política, mas a política tem de existir numa sociedade democrática. A forma como a mesma é feita, em Portugal, é que me desmotiva e entristece. Não é uma política colaborativa, construtiva, esclarecedora, nada disso, em Portugal fazer política é acusar e criticar negativamente, numa atitude meramente destrutiva.
Não percebo grande coisa disto mas perece que o centro/direita ganhou, mas a esquerda ganhou também. Parece que se a esquerda quiser pode não deixar os vencedores formar governo, mas ainda não sabem se querem ou não, nem têm um plano B. Enfim...
Mas não percebendo grande coisa disto, uma coisa eu sei: não me parece correcto esta insurgência global, nas redes sociais principalmente, a crucificar quem votou na coligação vencedora que, afinal, foi a maioria dos eleitores. "Burros", "Gostam de apanhar", "Ignorantes", e por aí fora...muito se disse e muito foi dito, até por pessoas que muito aprecio e a quem valorizo imenso. (Acho que até o José Luís Peixoto sugeriu que ia emigrar para a Bélgica!...ou terei sonhado isto?...)
Somos todos democratas mas tem de ganhar quem eu quero! Senão fico amuado!...
O voto é secreto, ainda bem, mas quem votou mais à direita ponderou se seria seguro sair à rua na segunda feira, porque, para além da abstenção, houve outra vencedora: a intolerância. Não é fácil aceitarmos que a maioria não pensa como nós, não partilha da nossa opinião. Serão todos burros? Seremos nós uma minoria sobre dotada que vislumbra a luz? Certamente que não.
Por isso meus amigos, puxem o lustro à vossa tolerância e questionem as vossas razões absolutas.
A democracia é uma ditadura das maiorias...sempre ouvi dizer.
2 comentários:
Em 2013 segui o conselho do actual governo - emigrei. Repetiria a fazer o mesmo. Votaria de novo nesse mesmo governo.
Serei masoquista? Depois de uma meditação ponderada (devia de ser obrigatório antes de votar) não me considero "burra", "ignorante" e não tenho especial desejo em "apanhar" (à excepção de figos e diospiros pelos quais salivo só de pensar!). Também não acredito que votar tendo por criterio as promessas da actualidade seja uma atitude muito sensata. As promessas leva-as o vento e eu ainda esperei pela promessa, compromisso ou garantia de que, com determinado lider no poder, o JJ não fosse para o SCP. (Pânico consegui juntar dois assuntos sobre os quais não fica bem emitir opinião.)
Observando tudo isto à distância, chego a pensar que algum tipo de febre anda a pairar sobre o pais à beira mar plantado. Todos falam em formar governo de esquerda. Delirio deve de ser o sintoma da febre. Questiono-me por onde vão começar as negociações quando esses mesmos partidos não concordam entre si sobre temas tão fundamentais como a permanência no euro ou o pagamento da divida. Deve ser da sede (de poder) originada pela tal febre.
M.
:-)
Bem dito!
Enviar um comentário