quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

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Tenho de ser sincera, não me agrada a ideia de te recordar em grupo. Nunca gostei de homenagens. Gosto de te lembrar, mas só eu, egoísta. De recordar o teu abraço, a tua prontidão em nos fazer sorrir, em transformares o pior dos momentos em graça e optimismo.
Relembro "O Vestido para 5 mulheres", (a minha estreia) e como chegaste com uma rosa para cada uma de nós e uma garrafinha de porto branco Malvazia (sim! ainda me lembro da marca, porque tu chamavas-lhe "melhor cheia"). No "Sr. Borges" bebíamos às escondidas, proibidos pelo encenador meu tio, da tal garrafita de porto que trazias sempre, só para acalmar os nervos. Gostava do teu riso maroto. Dançavas bem e eu adorava dançar contigo. Adorava contracenar contigo. Adorava conversar contigo, conversas longas, sem pressas, sem reservas. A ti, podia-se dizer tudo. Mas principalmente, amava a tua forma de amar, de ser amigo, sem pretensões, sem
esperar o troco, simples, puro e sempre, mas sempre, com alegria para dar e vender.
Afinal Manel ficou-me muito por dizer e, em dias como o de hoje, a ferida que tenho no meu peito está em carne viva.

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