Já com um dia de atraso, mas não podia deixar de manifestar aqui a minha grande satisfação por o nosso fado ser património da humanidade.
Só uma nota introdutória para dizer que não sei muito bem que consequencias é que isto traz para o fado, acho mesmo que nenhumas, mas pelo menos não vai trazer as desvantagens que estão geralmente associadas à declaração de património da huminidade a edificios e centros históricos de cidades, que costumam ser nunca mais se poder levantar uma pedra da calçada sem autorização de mil entidades diferentes. Não vai haver nenhuma comissão que passe a autorizar que se cante assim ou assado, ou que declare que não se pode cantar sem xaile ou sem um lencinho amaricado na lapela, pois não?
Pois temos todos muitos motivos de orgulho, o nosso fadinho passa a não ser só nosso, toda a humanidade passa a poder dizer que o fadinho é seu.
Quer se goste quer não se goste, é a nossa identidade, é a nossa "portugalidade" que é reconhecida. Aliás, nem me parece que possa haver português que possa dizer que não gosta de fado. Nunca ouvi nenhum espanhol dizer que não gosta de flamenco. Não quer dizer que se ouça habitualmente no carro, tem a ver com o que nós somos, com a nossa maneira de estar no mundo.
Posso dizer que se construisse uma casa não a faria como a típica casa alentejana, com porta ao meio e duas janelas e uma risca azul em baixo, mas não posso dizer que não gosto dela: a casa alentejana é assim e pronto, não é para gostar ou não gostar, é assim.
Eu por mim gosto de fado. Não que o oiça habitualmente, mas arrepio-me quando ouço e isso prova que ele me toca enquanto portuguesa.
Gosto das palavras, da expressão sofrida ou valdevinos de quem canta e, principalmente, gosto muito da guitarra.
Gosto daquela ideia de escarafunchar na ferida para sentir a dor com mais profundidade. É sempre assim que me soa o fado.
E há palavras que fazem mais sentido na letra de um fado:
Angústia, pranto, mágoa, morte, dor, saudade...
Só uma nota introdutória para dizer que não sei muito bem que consequencias é que isto traz para o fado, acho mesmo que nenhumas, mas pelo menos não vai trazer as desvantagens que estão geralmente associadas à declaração de património da huminidade a edificios e centros históricos de cidades, que costumam ser nunca mais se poder levantar uma pedra da calçada sem autorização de mil entidades diferentes. Não vai haver nenhuma comissão que passe a autorizar que se cante assim ou assado, ou que declare que não se pode cantar sem xaile ou sem um lencinho amaricado na lapela, pois não?
Pois temos todos muitos motivos de orgulho, o nosso fadinho passa a não ser só nosso, toda a humanidade passa a poder dizer que o fadinho é seu.
Quer se goste quer não se goste, é a nossa identidade, é a nossa "portugalidade" que é reconhecida. Aliás, nem me parece que possa haver português que possa dizer que não gosta de fado. Nunca ouvi nenhum espanhol dizer que não gosta de flamenco. Não quer dizer que se ouça habitualmente no carro, tem a ver com o que nós somos, com a nossa maneira de estar no mundo.
Posso dizer que se construisse uma casa não a faria como a típica casa alentejana, com porta ao meio e duas janelas e uma risca azul em baixo, mas não posso dizer que não gosto dela: a casa alentejana é assim e pronto, não é para gostar ou não gostar, é assim.
Eu por mim gosto de fado. Não que o oiça habitualmente, mas arrepio-me quando ouço e isso prova que ele me toca enquanto portuguesa.
Gosto das palavras, da expressão sofrida ou valdevinos de quem canta e, principalmente, gosto muito da guitarra.
Gosto daquela ideia de escarafunchar na ferida para sentir a dor com mais profundidade. É sempre assim que me soa o fado.
E há palavras que fazem mais sentido na letra de um fado:
Angústia, pranto, mágoa, morte, dor, saudade...
1 comentário:
É isso mesmo miga.
mas, quer-me parecer que ser Património da humanidade também trás uns subsidiozitos e umas verbazitas.
Penso eu de que...
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