

Feridas e calos: duas amigas com coisas para dizer ao mundo. Sim, nós sabemos, as mulheres têm sempre coisas para dizer, e têm sempre razão!... Acontece que estas coisas são mesmo importante e por isso têm de ficar registadas para a posteridade. Agora a sério: isto não tem interesse nenhum, portanto fuja daqui enquanto é tempo!... E para os Xarales que nos soletrem: Viva o Ninhou!
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Crónicas do Sudoeste #5
Eu tenho duas mulheres dentro de mim. Uma é um coração grande e gordo, sensível, chata e chorona. A outra também é uma grande chata, mas é um cérebro redondo e cinzento, durona, orgulhosa e implacável. Ultimamente elas têm-se dado muito mal e não há quem as ature. Hoje acordei com a primeira claridade da manhã, e lá começaram elas a discutir e com o “diz-que-disse”. Disse-lhes:”- Meninas já não vos posso ouvir!” – e fartinha que estava, agarrei nelas e em mim e fiz-me à estrada. Eram sete da manhã e todo o festival dormia. A cinco kilómetros fica o Cabo Sardão e foi para lá que fomos. Ali longe de tudo, as duas podiam discutir e brigar, descabelarem-se uma à outra, rebolarem no chão que ninguém as ouvia.
A paisagem é absolutamente fantástica. Duas cegonhas construíram um ninho no cimo de uma rocha, mesmo no meio do mar. Adoro cegonhas! E disse às duas chatas dentro de mim: -Vêem meninas, isto talvez seja uma mensagem divina. Um casal de cegonhas aqui, onde menos se espera. As cegonhas são o símbolo da vida e do (re)nascimento. A Coração ficou logo com lágrima no olho -“ Que lindo!!!!” - , enquanto a Cérebro dizia - “Não sejas parva. Este casal quis um apartamento com vista para o mar! Só isso.”
Ali fiquei um tempo enorme a deixá-las discutir.


Depois fui descobrir a praia de Almograve que é tão linda que não resisti em por as duas meninas e eu de molho, mesmo em roupa interior, porque não levava biquíni. Deviam ser umas nove e tal da manhã mas aqui no Alentejo o sol quando chega é mesmo quente.

Soube-nos tão bem a banhoca que à tarde, despachados que estavam os almoços, voltei com as crianças.

Foi dos melhores dias que passei no Sudoeste, em 10 anos de trabalho e mais 2 ou 3 a viver o festival, mesmo com as duas chatas atrás de mim.
Se elas acalmaram? Não. Isto entre elas não anda nada fácil.
A paisagem é absolutamente fantástica. Duas cegonhas construíram um ninho no cimo de uma rocha, mesmo no meio do mar. Adoro cegonhas! E disse às duas chatas dentro de mim: -Vêem meninas, isto talvez seja uma mensagem divina. Um casal de cegonhas aqui, onde menos se espera. As cegonhas são o símbolo da vida e do (re)nascimento. A Coração ficou logo com lágrima no olho -“ Que lindo!!!!” - , enquanto a Cérebro dizia - “Não sejas parva. Este casal quis um apartamento com vista para o mar! Só isso.”
Ali fiquei um tempo enorme a deixá-las discutir.


Depois fui descobrir a praia de Almograve que é tão linda que não resisti em por as duas meninas e eu de molho, mesmo em roupa interior, porque não levava biquíni. Deviam ser umas nove e tal da manhã mas aqui no Alentejo o sol quando chega é mesmo quente.

Soube-nos tão bem a banhoca que à tarde, despachados que estavam os almoços, voltei com as crianças.

Foi dos melhores dias que passei no Sudoeste, em 10 anos de trabalho e mais 2 ou 3 a viver o festival, mesmo com as duas chatas atrás de mim.
Se elas acalmaram? Não. Isto entre elas não anda nada fácil.
Crónicas do Sudoeste #4
A pedido de várias familias, aqui está uma foto do pai Nuno, num momento de lazer.
Hoje o Paulinho Capaz fez anos e, na falta dos miminhos da sua Belinha (Bélinha está tudo bem!) dei-lhe o melhor miminho que consegui improvisar aqui neste fim de mundo: um arroz doce fabuloso, quase, mas quase parecido com o da Sra. Eulália, que serviu perfeitamente para lhe cantar uns parabéns. Quem é que tem a melhor patroazinha do mundo, quem é?!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011
CARAÍBAS?
Proximo domingo na Noticias Magazine...
...que é distribuida gratuitamente com o DN e o JN, irá sair o tal artigo da "geração que se desenrasca". O meu contributo para o artigo é o resultado da tal entrevista em que desbobinei sobre a minha vida, os meus afazeres e os meus negócios. O Sr. Showriço estará em grande destaque, como direito a foto e tudo, e espero que isto se traduza num incremento da confiança nos nossos produtos e consequentemente em mais uns pãezitos vendidos. Vou mesmo oferecer uma revistinha aqui à organização da coisa. Só espero que os textos sejam fieis às minhas palavras e, já agora, que a foto tenha ficado benzinho.
Não esqueçam, ponham o despertador para as 6:30 porque estima-se que pelas 9:05 esta edição já esteja esgotada em todas as bancas do país.
;-)
Não esqueçam, ponham o despertador para as 6:30 porque estima-se que pelas 9:05 esta edição já esteja esgotada em todas as bancas do país.
;-)
Crónicas do Sudoeste #3
Crónicas do Sudoeste #2
Hoje, ou melhor, ontem, foi o primeiro dia "oficial" de festival, embora já desde Domingo estejam aqui acampados milhares e milhares de chavalecos e chavalecas que vão ocupando os seus dias entre idas à praia, comer e beber, fumar umas coisas estranhas, fazer o amor e abanar o capacete. O acampamento é um enorme mar de tendas e sempre que olho para ele não consigo evitar o meu "velho pensamento recorrente do Sudoeste": e se, de repente, todas as tendas desaparecesem, como por magia, e deixassem a malta toda ao léu? Não seria hilariante? Uns nús, outros vestidos, uns de costas outros de barriga, uns a dormir outros nem por isso, uns mortos...enfim. Pensamentos parvos que não conseguimos evitar...
Conforme prometido aos paizinhos, aqui está a prova que elas estão bem e recomendam-se...
...e enquanto as meninas já vendiam no carro do campismo, os homens tratavam dos últimos pormenores do carro de dentro do recinto dos concertos.
"Tem calma cunhado que eu não te deixo cair!"
Estes dois tenrinhos são os dois braços direitos do Boss: habilidosos, esforçados e com uma paciência filha da puta para o ouvir ralhar.
(uma chamada de atenção para as braçadeiras na boca)
Por falar no Boss...por este andar nunca mais temos electricidade...hihihi...
Este é um insólito do Sudoeste: um amigo que, coitadinho!, tem de andar ligado ao soro mas felizmente, e porque nem tudo pode ser mau, tem estes dois camaradas para o ajudar.
;-)
Finalmente, vejam bem a entrega especial que chegou esta tarde ao nosso resort. Uma arca de cervejolas, só para nós, que os amigos da super-bock alimentam, volta e meia, em troca de uns pãezinhos. A crise, a Troika e o FMI têm destas coisas: voltamos à troca directa.
Isto está a compor-se: retrete, arca de cerveja...Por este andar, o festival acaba e nós ficamos mais uma semanita, só para usufruir dos recursos.




(uma chamada de atenção para as braçadeiras na boca)


;-)

Isto está a compor-se: retrete, arca de cerveja...Por este andar, o festival acaba e nós ficamos mais uma semanita, só para usufruir dos recursos.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Amélia, que bem que se está no campo - Episódio #7
Madalena voltou ao acampamento todas as manhãs sempre sem conseguir ver o belga, mas a curiosidade só aumentava em cada insucesso. Quem homem era aquele? Que aspecto teria? O que estava ali a fazer? Seria mesmo um anjo? Não que ela acreditasse nessas coisas do sobrenatural mas, sempre que se aproximava do acampamento, sentia um ambiente estranho no ar, como se fosse observada e a sua presença notada mesmo mantendo-se suficientemente longe para ser vista. Tentava embrenhar-se entre os arbustos e as árvores mas, a cada dia que passava, dava consigo um pouco mais perto. Naquele dia soube que ia ser diferente porque assim que se começou a aproximar do acampamento ouviu uma voz melodiosa, como uma voz divina, que entoava um cântico estranho mas absolutamente lindo. A voz emitia sons perfeitamente harmoniosos, ritmados e numa língua que Madalena nunca tinha ouvido. “Seria Sânscrito?” A música era como uma oração aos deuses, uma prece. Aproximando-se conseguiu finalmente ver Guerlain de perfil, sentado de pernas cruzadas e os braços abertos e pousados sobre as pernas, numa manta branca no chão. Num círculo à sua volta ardiam velas que resistiam à força da brisa e no céu o casal de cegonhas faziam voos rasantes ao acampamento e cruzavam-se no ar como que a dançar ao som do cântico divino. Por vezes, em determinada parte da oração, as chamas das velas ganhavam força e cresciam de repente num clarão, todas em sintonia. Madalena não percebia o que via e ouvia mas começou a sentir o seu corpo dormente, sentou-se no chão e fechou os olhos. A sua mente começou lentamente a entrar num transe que era completamente novo para ela. A voz extenuante de Guerlain ecoava dentro da sua cabeça e os seus pensamentos abandonaram aquele lugar e o seu corpo projectando-se pelo desconhecido. Ela não se sentia, o seu corpo não estava ali e a sua consciência experimentou uma sensação de paz e plenitude que ela desconhecia. Aquela dormência durou mais de uma hora e só foi quebrada quando, de repente, Guerlain ficou em silêncio. Passados uns minutos levantou-se da manta, fazendo as velas apagar como por magia, e permitindo que Madalena pudesse finalmente ver o belga com clareza. Era um homem que deveria rondar os 40 anos, muito alto, de corpo magro mas robusto. Envergava uma túnica branca de cordões e umas calças largas e curtas igualmente brancas. Estava descalço. No cabelo loiro em desalinho pelos ombros apareciam as primeiras pinceladas de cinzento e a pele tinha um tom dourado, não natural mas resultado de uma vida no exterior. “Este homem se não é um anjo parece um. É lindo!” – pensou Madalena. Movia-se com suavidade mas firmeza, como se cada gesto fosse profundamente meditado. De repente, levantou a cabeça para o céu, como que à escuta, e deixou o acampamento num passo apressado dirigindo-se para as terras da quinta. Madalena seguia-o à distância garantindo não ser notada. Quando se aproximavam do velho poço, Madalena deixou de avistar Guerlain mas os seus sentidos foram canalizados para uma voz que pedia auxilio ali perto: “Socorro! Alguém?! Ajudem-me por favor!”
Depressa percebeu que a voz vinha do fundo do velho poço e correu apressada até ele. No fundo, meio no escuro, conseguiu distinguir o vulto de um corpo que jazia imóvel no chão.
- Abençoada seja menina, que eu pensei que a minha vida ia terminar aqui!
Desde o telefonema pedindo ajuda, à chegada dos bombeiros locais, tudo se passou num ápice e o resgate de Acácio deu-se sem problemas. Madalena acompanhou os trabalhos e não pode deixar de pensar se teria sido Guerlain que a trouxe até ali. “Não é possível! Como é que ele sabia que este homem precisava de ajuda? Isto é tudo muito estranho…”.
A inteligência e o grande poder de análise e observação de Madalena não permitiram que lhe fosse indiferente a preocupação e o empenho de Acácio em nunca largar um estranho saco de retalhos de trapos, velho e sujo, que trazia consigo ao ser tirado do poço e colocado numa maca.
Nessa noite, quando Madalena se deitou na sua cama pensou nos acontecimentos insólitos daquele dia e adormeceu com a imagem do belga e o seu cântico divino no seu pensamento.
Depressa percebeu que a voz vinha do fundo do velho poço e correu apressada até ele. No fundo, meio no escuro, conseguiu distinguir o vulto de um corpo que jazia imóvel no chão.
- Abençoada seja menina, que eu pensei que a minha vida ia terminar aqui!
Desde o telefonema pedindo ajuda, à chegada dos bombeiros locais, tudo se passou num ápice e o resgate de Acácio deu-se sem problemas. Madalena acompanhou os trabalhos e não pode deixar de pensar se teria sido Guerlain que a trouxe até ali. “Não é possível! Como é que ele sabia que este homem precisava de ajuda? Isto é tudo muito estranho…”.
A inteligência e o grande poder de análise e observação de Madalena não permitiram que lhe fosse indiferente a preocupação e o empenho de Acácio em nunca largar um estranho saco de retalhos de trapos, velho e sujo, que trazia consigo ao ser tirado do poço e colocado numa maca.
Nessa noite, quando Madalena se deitou na sua cama pensou nos acontecimentos insólitos daquele dia e adormeceu com a imagem do belga e o seu cântico divino no seu pensamento.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Crónicas do Sudoeste #1
Cheguei ao Sudoeste ontem à hora do jantar. Vim muito bem acompanhada com os meus porquinhos mais velhos e a minha sobrinha (Ai desculpa Ti Espinhas, afilhada!). 66,66(6) % de mim veio comigo, mas vou morrer de saudades dos 33, 33(3)% meus que ficaram com a avó Bé. E ala que se faz tarde, há que montar a tenda, ou melhor, a mega-super-ultra-hiper mansão que eu comprei para este ano, antes que anoiteça.
Primeiro ... alisar o terreno.
- Mãe, tu vais conseguir montar isso?
- Montar isto é fácil, dificil vai ser desmontá-la e pô-la outra vez dentro deste saquinho minusculo.
Com a ajuda de vários engenheiros e técnicos de estruturas...
...e a minha mansão-t4-duplex-com piscina-ar condicionado e tv cabo-super-mega-ultra-hiper
estava pronta. Pela primeira vez em dez anos vou poder vestir-me em pé depois do duche. Que luxo!
Tecnologia com fartura para entreter os miúdos.
(É pá outra vez?! Mas quem é que trás os putos para estas merdas?!!!)
Este é o bairro social do resto da malta. Hehehe!
E esta sou eu em modo sudoeste.
Grande novidade deste ano: temos uma retrete só para nós aqui, dentro do nosso resort. E os senhores do camião-aspirador-de-merdum vêm limpá-la todos os dias. Luuuuxo!!!!


- Montar isto é fácil, dificil vai ser desmontá-la e pô-la outra vez dentro deste saquinho minusculo.


estava pronta. Pela primeira vez em dez anos vou poder vestir-me em pé depois do duche. Que luxo!

(É pá outra vez?! Mas quem é que trás os putos para estas merdas?!!!)



segunda-feira, 1 de agosto de 2011
PRIMEIRO DE AGOSTO PRIMEIRO DE INVERNO...
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